Sua inteligência incontestável causa estragos terríveis, porém, esses estragos têm sempre uma justa causa e nos fornece um conhecimento impressionante.
A inteligência animal ainda não acabou de nos fascinar. Como evidência, essas aves que, para melhor rastrear suas presas, são capazes de incendiar as florestas australianas. Essa aptidão que é um verdadeiro pesadelo para os bombeiros locais é também simplesmente, desconcertante.
Mais forte e mais eficiente do que qualquer isqueiro, existem três principais espécies de aves de rapina: o milhafre-preto (Milvus migrans), o milhafre-assobiador (Haliastur sphenurus), e o falcão-marrom (Falco berigora).
Essas aves são popularmente conhecidas na região do norte da Austrália como falcões de fogo. Agem tanto individualmente quanto em grupos cooperativos, elas espalham incêndios através do transporte de galhos flamejantes com suas garras ou bicos. O motivo por trás dessas ações é o mesmo pelo qual essas aves predatórias se aglomeram aos arredores de grandes incêndios florestais à procura de presas vulneráveis que fogem do incêndio. A finalidade dessas aves é: pela fumaça e pelas chamas remover a presa de seus esconderijos... E devorá-los!
Na Austrália, onde há muitos incêndios nesta época do ano, as autoridades ainda parecem cépticas quanto à questão. Mas os cientistas são formais. Por exemplo Mark Bonta, um geógrafo citado por
Trust my science afirma:
"Nós não descobrimos nada. A maioria dos dados com os quais trabalhamos foram coletados em colaboração com os povos aborígines... Eles sabem disso há provavelmente 40 mil anos, ou mais. »
O mesmo site também Exuma um trecho de um livro de 1964, a autobiografia de Phillip Waipuldanya Roberts, médico e ativista aborígine quando comenta:
« Eu vi um falcão pegar um galho em chamas em suas garras e deixá-lo cair em um pacote de grama seca cerca de um quilômetro de distância. Então, eu o vi esperar junto com seus companheiros o êxodo insano de roedores e répteis queimados e assustados. »
Como se não bastasse, esses abutres seriam capazes de se coordenar entre si para garantir o máximo de sucesso em seu projeto piromânico. Segundo
Bob Gosford, Ethnobiologista e ornitólogo australiano:
«Não é de graça. Existe um propósito. Há uma intenção de dizer, Ok, nós somos várias centenas, e todos podemos ter uma refeição. »
E assim, percebe-se que o grau de inteligência individual e coletiva dos falcões é simplesmente fascinante...
Postado por Aldenora Bicetre em 22/01/2018 às 11:55