Vivestes em meu coração por inúmeras primaveras.
Tinhas uma doce magia, mas depois descobri que nada eras.
Transformastes o meu universo que até o meu eu se modificou,
Teu amor como uma leve brisa meu coração conquistou.
Embriagastes-me sucessivamente no poste suave da tua ternura,
E não sabia que para ti tudo não passava de uma aventura,
O que me importava era arder nas chamas do verbo amar
Sem saber que decepção teria, tempos depois ao acordar.
Tua feiticeira-mãe veio te falar de liberdade,
Deu-te asas para voar provocando em nós uma tempestade.
Fostes para bem longe deixando-me com uma criança,
E a esta eu me abracei tentando reencontrar a esperança.
A esperança perdida aos poucos reencontrei,
E após tantos transtornos na vida, meu coração reeduquei.
Não tenho nenhuma ilusão com referência ao passado,
Pois me serviu de lição esse tempo desperdiçado.