SOLIDÃO (Soneto Itálico)
Neste mundo, onde cada um está para todos eu não me pertenço mais,
E a solidão me aparece como um meio de me reencontrar.
Não é somente o retorno secreto do egoísmo
Que me convida a me defender intimamente.
O essencial é que eu não seja mais incomodada
Pelas violações constantes da minha vida pessoal,
Nem por interferências que possam atingir a minha finalidade própria.
Entre os outros e mim, hoje eu estabeleci fronteiras.
Poderei construir com sucesso as minhas relações sociais,
Mas sei que elas não me levarão jamais à plenitude.
Pode parecer estranho, mas a solidão é uma ideia obscura e confusa.
Ela não pertence nem a alma e nem ao espaço,
Ela nasce como um bastardo...
Da fecundação do pensamento pela divisão dos corpos.